Uma troca de agressões entre o assistente social e ativista político Carlos Gomes e a transsexual Michele Queiroz, no Mercado do Bosque, em Rio Branco, no sábado (2), acabou virando caso de polícia.
As versões dadas na delegacia por ambos são diferentes. Carlos Gomes afirma que levou um tapa de Michele enquanto passava pelo local no mercado e que reagiu perguntando o porquê da agressão. A partir do questionamento surgiu a confusão.
“Não me omiti e nem fugi das responsabilidades dos meus atos, registrei um boletim de ocorrência sobre o fato e já fui ouvido pela polícia. Sobre os questionamentos do caso em que ocorreu no final de semana em que fui envolvido, esclareço que, de fato, houve uma confusão no Mercado do Bosque, levei um tapa dessa pessoa enquanto passava pelo local. Retornei para questionar o motivo, houve um princípio de confusão. Me retirei do Mercado do Bosque. Registrei um boletim de ocorrência e estou com o advogado acompanhando o caso”, disse Carlos Gomes ao Notícias da Hora.
Já Michele Queiroz conta que Carlos cuspiu nela e depois, quando perguntado sobre a razão da agressão, encheu a transsexual de porrada.
“Ele cuspiu e saiu andando no corredor (do mercado). Quando ele saiu andando, eu cutuquei ele e perguntei por que tinha feito aquilo. Quando ele virou já foi transtornado e louco me batendo, me agredindo e só não foi pior porque as pessoas me defenderam. Se não tivesse ninguém ali para apartar ele tinha feito algo bem pior. Ele me chutou no chão, chutou meu quadril. No que ele me chutou e viu que eu estava caída, ele saiu do local correndo. Igual a um covarde”, afirma.
Michele havia acabado de sair de um consultório psicológico quando atendeu o telefonema da reportagem. Ela disse que está bastante abalada.
“Eu nunca fui agredida nem por um homem hétero, e ser agredida por um homem gay é triste e ao mesmo tempo revoltante.”
Michele Queiroz diz ainda que as agressões de Carlos são “pura misoginia e transfobia”.
“Misoginia pura, transfobia, porque eu não falei nada pra ele. Ele me cuspiu como se tivesse aversão ao feminino. Estão dizendo por aí que tem motivação política. Não tem nada de político. Tu acha que quatro horas da manhã eu vou falar sobre política no Mercado do Bosque?”
Por ouro lado, Carlos Gomes diz que “respeito” deve ser obrigação de todos e que sempre repudiou qualquer forma de discriminação.
“Reafirmo meu total repúdio a quaisquer formas de discriminação a orientação sexual e identidade de gênero. Mas respeito deve ser obrigação de todos e todas uma para com os outros.”
fonte:NotíciasdaHora