O doutor Edson Porto sofria com um câncer e deixa mulher, cinco filhos e 11 netos. O velório será realizado a partir das 12h e o sepultamento, às 17h, no Campo da Esperança da Asa Sul
Primeiro médico a se instalar em Brasília, ainda durante a construção da cidade, Edson Porto morreu aos 86 anos, na madrugada desta terça-feira (18/9), em decorrência de um câncer descoberto há apenas três semanas. O velório será realizado a partir das 12h, com o sepultamento às 17h, no Cemitério Campo da Esperança na Asa Sul.
“Meu pai, Edson Porto, é um exemplo de dedicação e competência que sempre guiará meus passos. Sempre fez tudo com bom humor e leveza, atendendo a todas as pessoas com amor”, descreve o filho caçula, Mauro Porto. “Sua história de vida, a superação e a maneira de enxergar as coisas e as pessoas são suas melhores marcas. É o jeito Edson de ser, como sempre bricamos. Nunca esqueceremos seus exemplos”, completa.
Mineiro, o doutor Porto foi para o Rio de Janeiro estudar medicina. Depois de formado, mudou-se para Goiânia, onde trabalhou no Hospital Rassi como pediatra. Quando as obras de Brasília começaram, o Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriais (IAPI), em parceria com a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), fechou um convênio com o hospital para prestar assistência médica aos operários.
Em entrevista ao Correio em 2011, Edson contou sobre uma endemia de diarreia na cidade. “Eu sempre ia a Luziânia comprar enteroviofórmio, até que um belo dia não encontrei mais nenhum comprimido. Aí o farmacêutico, o Moura, me disse: ‘Teve um senhor aqui que comprou todo o estoque’. Descobri que o cozinheiro do Saps, um italiano, tinha comprado os medicamentos. Ele estava colocando o enteroviofórmio no feijão para prevenir da diarreia. Costumo dizer que ele foi o primeiro sanitarista de Brasília”, brincou Porto.
Postinho de madeira
Assim, Porto chegou a Brasília em 1956, com 25 anos, atendendo um convite do próprio presidente Juscelino Kubitschek, para administrar um posto de saúde até que fosse inaugurado o primeiro hospital da região — o Hospipal Juscelino Kubitschek de Oliveira (HJKO), que funcionaria até 1974 onde hoje está o Museu Vivo da Memória Candanga.
No postinho de madeira, em meio a um acampamento de dezenas de operários, Porto realizou exames médicos de admissão e atendeu inúmeras emergências. Com o HJKO pronto, ele se tornou o diretor da unidade e instalou-se definitivamente em Brasília, onde exerceu a especialidade de pediatria até se aposentar aos 60 anos. Trabalhou sempre como pediatra e aposentou-se aos 60 anos.
Na capital, também fundou a Federação Brasiliense de Sinuca, uma de suas paixões, ao lado da marcenaria e da pintura. Ele chegou, ainda, a ser violinista da Orquestra Sinfônica de Brasília. Na capital, também se casou com Marilda, teve cinco filhos e 11 netos. Recentemente, gostava de se manter informado acessando a internet por meio do tablet
- fonte:correiobrasiliense