Cruzeiro do Sul, Acre, 28 de março de 2024 14:39

Por um amor precioso como diamante

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No Dia dos Namorados, o romantismo toma conta dos corações, até mesmo daqueles que durante um ano inteiro não demonstram para a pessoa amada sua real importância na vida a dois. Mas, com a chegada do “12 de Junho” é beijo para lá, declarações apaixonadas para cá e sentimentos a flor da pele.

Por isso, cabe nesse viés falar sim de AMOR, mas de um verdadeiro amor, tão precioso como o mais lindo dos diamantes, pactuado na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença. Assim é o amor entre Olívia Sarah e Edson do Vale Sidou, confirmado no altar há mais de 60 anos.

A história deles poderia ter tomado um rumo diferente, já que, em um primeiro momento, Dona Olívia não estava interessada no rapaz. “Foi difícil conquistá-la. Foram muitas tentativas, até que ela aceitasse namorar comigo. Ela me deu vários fora, mas no fim, acabou dando tudo certo”, relatou sorridente Sidou.  E Dona Olívia não nega que tenha mesmo dispensado o atual marido alguma vezes, mas revela que, no fim, se deu conta de que ele era a pessoa certa. “Percebi que ele era o marido que pedia em minhas orações”, relatou.

E como tudo tem um princípio, o grande amor que une esse casal surgiu no auge de 1954, quando o galante e afamado namorador Edson começou uma verdadeira saga em busca de fisgar o coração teimoso da jovem Olívia. E como não lembrar as muitas investidas sem sucesso durante aquelas visitas insistentes à loja 11 de Outubro, onde ela trabalhava, presenteando-a com um bombom sonho de valsa, que ganhara no jogo de cartas. Ele tão empolgado e ela na maioria das vezes rude e indiferente.

Mas, meses depois cedeu ao charme do sonhador de bom verso e boa prosa, aceitando ser cortejada, mesmo enfrentando a rejeição de D. Nazaré, sua mãe, que na época pedia pelo fim do namoro. Tempos depois, a sinceridade e o jeito simples e honesto de viver e trabalhar de Edson fez arrebatar também o coração de sua saudosa sogra, passando a considerá-lo um verdadeiro filho.  Aprovando o noivado em 20 de dezembro de 1955 e, por conseguinte, o casamento em 20 de dezembro de 1956. 

Como toda boa família a espera de herdeiros, cada notícia de uma gravidez, para eram momentos de muita alegria. O primeiro filho recebeu o nome do pai, Edson Sidou Filho. Depois vieram Isaac, Eugênio, José Helder, Luiz Marques, Vera Lúcia e Herbert Luiz.

As condições financeiras não eram boas.  Foi então que Edson além de trabalhar com telegrafia nos Correios conseguiu uma renda extra através de uma Roda Gigante, instalada na praça da cidade, bem em frente a catedral e que durante o novenário em honra a padroeira Nossa Senhora da Glória, embalava lindas histórias de amor com vistas aos altos do Morro.

A renda do brinquedo, novidade na pequena cidade, era muito útil para complementar nas despesas da casa. E Olívia, como sempre, teve uma visão de futuro e sem que o marido percebesse, vez e outra reservava alguns trocados para uma possível necessidade. “… eu pegava da carteira dele e guardava debaixo do colchão”.

Até que em certa época, Edson teve que viajar ao Rio de Janeiro para tratamento médico e a família passou momentos de grandes provações. Olívia, nunca foi de esperar as coisas acontecerem e através da venda de “vipes”, sustentou os filhos até o total restabelecimento da saúde do marido, que tempos depois voltou ao seio familiar, assim como também aos trabalhos dos Correios, da Diocese e posteriormente na oficina de rádio.

Em 1996, o casal decidiu trabalhar na venda de medicamentos: DROGRASID – DROGARIA (DROGA) e SIDOU (SID), a drogaria da família Sidou, abrindo as portas do estabelecimento no dia 1º de agosto de 1996, local onde até hoje permanecem cordiais a todos que chegam, pois das muitas prateleiras, o melhor remédio que oferecem é o Amor, que se solidificou não somente nas alegrias, mas, principalmente nos momentos difíceis vividos juntos, aliados a um testemunho sincero de amor e fé, nesse universo tão carente de boas referências.

Todas as vivências ao longo da vida de certo estão retratadas nas muitas fotos guardadas, comprovando que o segredo da felicidade está no amor, na compreensão e no respeito mútuo, porque verdadeiramente sabem o valor de um amor indescritível. 

Por isso, quando encontrar um verdadeiro amor, não o perca. Muitas pessoas se apaixonam muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro. Ou às vezes encontram e, por não prestarem atenção nos sinais, deixam o amor passar, sem deixá-lo acontecer verdadeiramente. Por isso, preste atenção aos sinais, não deixe que as loucuras efêmeras do dia a dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o Amor! E para este tão nobre sentimento, não há nada melhor do que a arte de saber cultivá-lo todos os dias, afinal de contas, para o amor, o jardineiro é eterno.

Por Dayana Maia.

fonte:Juruáonline