Delegacia invadida e incendiada é coisa de terceiro mundo? Não, aconteceu em Minneapolis, na onda de furor pela morte de detido negro
Por Vilma Gryzinski
E qualquer pessoa, em condições idem, repudia a onda de protestos violentos, com saques, incêndios e a invasão da delegacia em Minneapolis, a cidade sobre o rio Mississipi bem ao norte dos Estados Unidos.
A morte de Floyd aconteceu num momento péssimo: a epidemia do novo coronavírus ainda tem focos importantes no interior do país, os ânimos estão exaltados à medida que se aproxima a eleição presidencial de novembro e Donald Trump não é exatamente um pacificador.
Trump fez tudo de acordo com o manual: lamentou a morte “revoltante e trágica”, colocou o FBI, o Departamento de Justiça para investigar se o crime pode entrar para a esfera federal e ofereceu ajuda ao governador de Mineápolis, Tim Waltz, para controlar a situação.
Tudo na língua Trump: “Qualquer dificuldade e nós assumiremos o controle, mas quando os saques começam, começam os tiros”.
O Twitter, em guerra com o presidente, censurou Trump pelo tuíte que “viola nossa política referente à glorificação da violência”.
Se fosse censurar todos os tuítes referentes ao caso pelo mesmo critério, poucos sobrariam.
Durante os três anos e meio do atual presidente, houve menos casos similares ao de George Floyd, com imagens revoltantes e reações violentas, em comparação com o governo Obama, que viu nascer o movimento Black Lives Matter.
Hoje, o movimento é relativamente menos agressivo do que o Antifa, os encapuçados que atuam com a mesma tática violenta do Black Bloc.
Os dois grupos, somados a manifestantes comuns, mais os aproveitadores ocasionais que aproveitam para saquear estabelecimentos comerciais, promoveram os dois dias seguidos de protestos violentos que culminaram no incêndio da delegacia.
O caso está agora no momento mais perigoso.
As autoridades não podem perder o controle, sob o risco de não garantirem mais a segurança dos cidadãos comuns. Para retomar o controle, só com o uso legítimo da força. E o uso da força, mesmo justificado, provoca mais protestos.
fonte:Veja.Com