Presidente disse em entrevista que o deputado federal Eduardo Bolsonaro foi “mal interpretado” e que qualquer palavra da família vira “tsunami”
O presidente Jair Bolsonaro
José Dias/PR – 30.10.2019
O presidente Jair Bolsonaro afirmou na tarde desta quinta-feira (31) que seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) está pronto para se desculpar pela fala sobre um possível novo AI-5.
Bolsonaro afirmou em entrevista à TV Bandeirantes que o filho foi mal interpretado e que se policia porque qualquer palavra dita por ele ou seus familiares vira um “tsunami”. O presidente destacou ainda que foi eleito democraticamente e que é contrário a qualquer medida autoritária.
“A gente lamenta essa notícia em parte distorcida, mas meu filho está pronto para se desculpar tendo em vista ter sido mal interpretado”, disse. “O que a gente fica chateado é que qualquer palavra num contexto qualquer vira um tsunami. A gente lamenta. Ele sabe. Eu me policio muito no tocante a isso”, disse.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) sugeriu um novo AI-5 “se a esquerda radicalizar”. Eduardo deu declaração em entrevista à jornalista Leda Nagle, divulgada nesta quinta-feira (31).
O deputado defendeu medidas drásticas, como “um novo AI-5”, para conter manifestações de rua como as que ocorrem no Chile atualmente.
“Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. E uma resposta ela pode ser via um novo AI-5, via uma legislação aprovada por plebiscito, como ocorreu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada”, afirmou.
Repercussão
A declaração provocou repercussão entre políticos, partidos e instituições. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a manifestação é “repugnante, do ponto de vista democrático, e tem de ser repelida”. “Apologia reiterada a instrumentos da ditadura é passível de punição pelas ferramentas que detêm as instituições democráticas brasileiras”, disse Maia.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), classificou a fala do filho do presidente Jair Bolsonaro como um “absurdo” e uma “inadmissível afronta à Constituição”.
fonte:R7