Cruzeiro do Sul, Acre, 18 de abril de 2024 13:24

Gladson é chamado de “Barão da soja” em reportagem do The Intercept Brasil

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FOTO: SECOM

 

Reportagem aponta falhas no modelo econômico sugerido pelo Estado do Acre

Numa grande reportagem sobre o desmatamento da Amazônia e mudanças climáticas publicada pelo jornal eletrônico The Intercept Brasil no dia 6 de julho, o site – que ganhou holofotes ao propagar áudios do atual ministro de Justiça Sérgio Moro que implicam diretamente na Operação Lava Jato, critica, aponta erros e afronta o governador do Acre, Gladson Cameli em publicação no perfil do jornal no Twitter.

A reportagem ressalta a eleição de Gladson, rotulando-o de “barão da soja de segunda geração” e sutilmente “cutuca” o detentor da cadeira de governador no Estado ao apontar que a mesma já havia sido ocupada por um ex-conselheiro de Chico Mendes: “o ecologista Jorge Viana”. Além disso, destacou que Cameli comemorou a vitória convocando uma reunião com executivos do agronegócio em Porto Velho. “A salvação econômica do Acre é o agronegócio. Rondônia, nosso vizinho e irmão, é a prova disso”.

De acordo com o material assinado pelo jornalista Alexander Zaitchik em colaboração com o portal estrangeiro Pulitzer Center, o desmatamento está desestabilizando microclimas e climas regionais no oeste da Amazônia, causando um atraso perceptível no início da estação das chuvas, que está ficando mais curta e mais quente.

O jornal cita o modelo econômico proposto pelo presidente Jair Bolsonaro e que vem ganhando adeptos, como o governo do Acre. A reportagem cita o “fantasma de Chico Mendes” enquanto fala sobre preservação e desenvolvimento econômico.

“A Amazônia está em perigo. O governo de Jair Bolsonaro apoia o desmatamento da floresta até seu fim. Se mais 20% da floresta for perdido, o desequilíbrio gerado pode fazer o bioma se autoconsumir até morrer. Isso traria efeitos apocalípticos ao planeta”.

Segundo apuração do The Intercept, no início de 2019 o desmatamento aumentou mais de 50% até em áreas protegidas. Agora, apesar da grilagem não ser novidade, ela virou questão de vida ou morte. “O projeto de Bolsonaro é esvaziar a proteção ambiental e entregar a Amazônia ao agronegócio”.

O Acre e o agronegócio

Para o jornal, os ministros do Meio Ambiente e da Agricultura tem fragilizado a proteção ambiental através de cortes de verbas, fechamento de postos de controle e impedindo que servidores de órgãos como Funai e Ibama trabalhem.

“Nessa cruzada ideológica, o legado de ambientalistas mortos é visto com desprezo por políticos alinhados ao ruralismo. O governador eleito do Acre Gladson Cameli, lar do ativista assassinado Chico Mendes, por exemplo, afirmou que a salvação do estado é o agronegócio”, escreveu o site no Twitter.

“Nesse fronte de uma guerra pela Amazônia, quem depende da floresta luta pela sua preservação. Já ruralistas alinhados a Bolsonaro sonham em esgotar os recursos da floresta, mas ignoram a iminência de uma catástrofe climática que pode prejudicar os seus negócios”.

“Chico Mendes é tabu no governo Bolsonaro”

“O nome de Mendes é tabu no governo Bolsonaro, e tem força o suficiente para incomodar”. O jornal escreve que o ministro Ricardo Salles fez questão de afirmar: “Que diferença faz quem é Chico Mendes nesse momento?”, escreve o site. De acordo com a reportagem, o enfraquecimento do legado de Chico Mendes atinge até a reserva extrativista que leva o seu nome, na fronteira do Acre com o Peru e a Bolívia.

“Estima-se que a Reserva Chico Mendes contenha mais de 30 mil cabeças de gado em terras desmatadas, e muitas criações estão acima do limite legal imposto a áreas protegidas”.

Deputados do Acre contra novo arco de fogo

O site entrevistou parlamentares da Assembleia Legislativa do Acre e apuraram que uma bancada minoritária de deputados vem tentando modernizar a visão de Chico Mendes e impedir que um novo arco de fogo devore as florestas do estado. “O grupo é capitaneado por Janilson Leite, médico indígena e vice-presidente da Assembleia”, explica o site dizendo que a maioria dos empregos criados no agronegócio são temporários: derrubar árvores.

O material também ressalta que há uma verdadeira corrida contra o relógio climático da Amazônia: “em julho e agosto as chuvas cessam, diminuindo o volume dos rios e tornando ainda mais longas as viagens de barco entre as aldeias e as cidades mais próximas. A estação da seca também traz novas queimadas”.

Leia a reportagem completa aqui: https://theintercept.com/2019/07/05/bolsonaro-amazonia-catastrofe-climatica/.

fonte:ac24horas