Cruzeiro do Sul, Acre, 11 de maio de 2024 20:25

Faltam mais de 50 leitos de UTI neonatal no Acre, aponta Sociedade Brasileira de Pediatria

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Saúde afirma que dados estão defasados e que segue recomendações do Ministério da Saúde. SBP afirma que Acre possui apenas 1,1 leito para cada mil nascidos vivos.

Por Quésia Melo, G1 AC, Rio Branco

Acre tem deficit de 51 leitos de UTI neonatal, aponta Sociedade Brasileira de Pediatria. Sesacre diz que dados estão defasados e que segue recomendações do Ministério da Saúde (Foto: Junior Aguiar/Sesacre)

Acre tem deficit de 51 leitos de UTI neonatal, aponta Sociedade Brasileira de Pediatria. Sesacre diz que dados estão defasados e que segue recomendações do Ministério da Saúde (Foto: Junior Aguiar/Sesacre)

O Acre tem um deficit de 51 leitos de UTI neonatal para cada grupo de mil nascidos vivos. Os dados fazem parte de um levantamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que foi divulgado no último dia 5 de abril.

O estudo analisou os números disponibilizados pelo Ministério da Saúde e também pelo setor privado em dezembro de 2017.

Ao G1, a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) destacou que a Maternidade Bárbara Heliodora possui o maior atendimento especializado em bebês e conta com 20 vagas divididas em UTI neonatal e Unidade de Cuidados Intermediários (UCI).

A Sesacre afirmou ainda, que segue as recomendações do Ministério da Saúde e que o órgão é quem solicita ou não a criação de novos leitos considerando os números de habitantes.

O órgão ressaltou que possui convênio com o Hospital Santa Juliana onde há cinco leitos de UTI neonatal e seis de UCI. Na Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul, também há cinco leitos de UTI e cinco de UCI. Assim, no total, conforme a Sesacre, há 30 leitos neonatais e 11 de cuidados intermediários.

O levantamento da SBP diz que o Acre possui apenas 20 leitos, desses 15 são do Sistema Único de Saúde (SUS) e o restante na rede particular. Assim, existe apenas 1,1 leitos para cada mil nascidos vivos. Levando em consideração apenas os leitos do SUS, a média cai para 0,8 leitos para cada mil bebês nascidos vivos.

Ainda conforme a SBP, em 2015 o Acre registrou 185 óbitos neonatais. Uma média de 10,5 mortes a cada mil nascidos vivos.

Para a instituição, considerando os números apurados, o Acre está entre os estados que têm os piores indicadores de leitos por número de habitantes. Na lista também aparecem o Amapá, Amazonas e Roraima. Em todos esses estados, a proporção é de apenas 1,1 leito por mil nascidos vivos, ou seja, menos da metade da média nacional.

Mesmo assim, o número de leitos de UTI neonatal no Acre aumentou. Em dezembro de 2010 eram apenas 11, já no mesmo período de 2017 passaram para 20. O aumento foi de 82%.

Brasil

Os dados do Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES) mostram que o Brasil sofre com um deficit de 3,3 mil leitos UTIs neonatais específicos para o acolhimento de crianças que nasceram antes de 37 semanas e que apresentam quadros clínicos graves ou que necessitam de observação.

Das 27 unidades da Federação, 18 estão com o indicador inferior à média nacional e 25 não atendem ao ideal que é apontado pela SBP. Quando avaliado apenas as vagas em leitos de UTI neonatal disponíveis para o SUS o quadro é ainda pior. Nesses casos, somente oito estados superam ou igualam a média nacional e nenhum atinge a recomendação.

Atualmente, conforme dados do CNES, existem em funcionamento mais de 8,7 mil leitos neonatais no Brasil considerando a rede pública e privada. Isso corresponde a uma média de 2,9 leitos por grupo de mil nascidos vivos. Se considerados apenas os leitos oferecidos pelo SUS, que totalizam 4.677, essa taxa cai para 1,5 leitos por mil nascidos vivos.