Diante da recente elevação do número de casos de diarreia registrada na segunda região mais populosa do Acre, equipes dos governos estadual, federal e municipais se reuniram, nesta quinta-feira, 15, em Cruzeiro do Sul, para traçar estratégias de redução e detecção de possíveis causas da doença, que já afetou cerca de dois mil moradores no Vale do Juruá.
No encontro, representando o governo estadual, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), estavam o chefe do Departamento de Vigilância em Saúde, José Gabriel Mesquita, e outros membros da pasta. Também se fizeram presentes à reunião cinco técnicos do Ministério da Saúde (MS) e a coordenadora de Vigilância Epidemiológica de Cruzeiro do Sul, Rafaela Oliveira.
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Os municípios de Cruzeiro do Sul, Feijó, Tarauacá e Marechal Thaumaturgo são os que apresentaram maior incidência da doença, no período epidemiológico que data entre 11 de Julho a 4 de setembro. A partir disso, o governo iniciou, em parceria com secretarias municipais dessas cidades, investigações para descobrir os motivos causadores da doença, além de realizar análise de amostras de água e abrir unidades de saúde sentinelas para atendimentos à população afetada.
“Diante da situação, pedimos apoio do Ministério da Saúde, que veio nos apresentar propostas de identificação das causas do surto e juntos vamos discutir uma forma de controlar esse mal. A gente sabe que, quando há essa união de esforços entre os poderes, conseguimos êxito nas ações”, ponderou José Gabriel Mesquita.
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Entre as estratégias apresentadas pelos técnicos do MS, estão os estudos de caso, que serão realizados em famílias de acometidos pela enfermidade em Cruzeiro do Sul, e têm como objetivo identificar, por meio de questionário, as razões epidemiológicas, ambientais e laboratoriais da doença no município. Em Tarauacá e Feijó as equipes optaram por realizar avaliações nos óbitos acarretados pelo problema e serão realizadas visitas para instruir os gestores de saúde.
A doença
As doenças de transmissão hídrica e alimentar (DTHA) constituem uma síndrome geralmente caracterizada por diarreia, dor abdominal, febre, náuseas ou vômitos. As causas podem ser atribuídas à ingestão de água ou alimentos contaminados por bactérias, vírus, parasitas, toxinas ou produtos químicos. O período de incubação da doença dura, geralmente, de 1 a 7 dias. O tratamento é feito com medidas que visam evitar e tratar a desidratação e o agravamento do paciente.
Orientações à população
A chefe do Núcleo de DTHA da Sesacre, Débora dos Santos Gonçalves, traz orientações sobre os cuidados que a população deve adotar para evitar a contaminação.
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“A gente pede que as pessoas tenham bastante cuidado no manejo da qualidade da água, verduras, vegetais e carnes consumidos. Orientamos os banhistas que não bebam água dos balneários, pois na maioria das vezes não temos acesso ao material hídrico desses locais e torna-se inviável realizar investigações. Reforçamos também que os moradores recebam as orientações do agente comunitário de saúde, que procurem usar filtros para tratar a água para consumo humano e para a manipulação de alimentos, e que, por fim, evitem aglomerações nesse período”, orientou.