Cruzeiro do Sul, Acre, 29 de março de 2024 09:50

Coluna Política Pimenta no Reino 27-04-2018

Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on whatsapp
WhatsApp

Representante LGBT insulta vereadores após decisão que manteve Estatuto da Família

Germano Marino baixou o nível ao atacar os legisladores municipais que derrubaram o veto da prefeita Socorro Neri

Malogro

O Instituto de Previdência do Acre revogou concorrência para aquisição de 284 lotes de terra na Cidade do Povo. Os imóveis pertencem ao instituto e haviam sido arrematados, em 2016, pela Cooperativa Mista Habitacional e Transportes dos Bombeiros Militares do Estado, ao preço total de 1,8 milhão de reais.

Causa  

A oferta dos lotes visava à edificação de moradias destinadas aos servidores públicos estaduais, civis e militares, no âmbito do Programa Habitacional do Servidor Público do Estado do Acre. Mas ‘por inércia’ (leia-se falta de pagamento) da Cooperativa dos Bombeiros, conforme alegou o diretor-presidente do Acreprevidência, José de Anchieta Batista, o contrato foi desfeito.

Transmutação

O leitor, assim como fez este colunista, pode pressupor a razão primordial que levou a entidade a desistir do negócio. Antes promissora, a perspectiva de fixar residência na Cidade do Povo se transformou em alternativa apenas para aqueles que, sem ela, haveriam de morar tendo o céu como teto.

Efeito colateral  

Graças ao império do crime – que na Cidade do Povo impõe suas leis e tem por costume retaliar os renitentes da pior maneira possível –, pessoas de bem que se recusam a pôr o próprio pescoço na guilhotina resistem a fixar moradia por lá. E o pior é que tudo isso acontece sob a vista grossa de nossas autoridades.

Ofensas gratuitas

O presidente da Associação dos Homossexuais do Acre (Ahac), Germano Marino, inconformado com a derrubada do veto da prefeita Socorro Neri (PSB) ao Estatuto da Família, na Câmara, resolveu atacar, ontem (26), os vereadores responsáveis pela manutenção do projeto de lei.

Rasteiro 

Horas depois da decisão, em postagem na rede social Facebook, Germano sugere uma série de supostos casos de traições conjugais, pederastia e preferências sexuais que a maioria de nós, por tabu, costuma condenar. Tudo endereçado àqueles que derrubaram o veto de Socorro Neri e mantiveram a aprovação da lei que deu origem ao Estatuto da Família. Confira abaixo o print da postagem, que foi apagada pelo autor após render muitas críticas.

Ponto de vista

Feita a leitura, haveremos de concordar que o Sr. Germano Marino, um ferrenho defensor da liberdade sexual, não é muito afeito à democracia. A única válida, parece, é aquela que lhe atende aos propósitos pessoais.

Chicana pura

O mais interessante é que sua oposição ao projeto de lei se escorava na alegada restrição do conceito de família nele proposto, o que excluía não apenas os demais arranjos familiares, compostos por pais e mães separados que detêm a guarda dos filhos, avôs e avós com seus netos, irmãos órfãos cujo responsável, em geral, é o mais velho, além, é claro, dos casais homossexuais. Malogrado seu intento, Germano mostrou que não eram bem as famílias alternativas que ele defendia – e às quais fez questão de insultar em seu rompante.

Cada coisa!

E pensar que o Sr. Germano Marino já se submeteu ao escrutínio dos eleitores acreanos, como candidato do PT, em fracassadas tentativas de ser guindado ao parlamento. Com base na sua postagem rancorosa e leviana, me ponho a imaginar o nível de seus argumentos durante os debates que haveria de travar em defesa do povo.

Mapa da mina

O ministro Raul Jungmann disse ontem que o dinheiro para investimentos no setor da Segurança Pública sairá das loterias federais. Em no máximo dez dias, segundo ele, o governo Temer editará uma medida provisória que possibilitará a destinação dos recursos para o setor. Ah, e novas modalidades de jogos serão criadas.

Não é novidade

Os emedebistas no poder não são os únicos a vislumbrarem oportunidades de investimento (e lucros altos) a partir do sonho da grande maioria dos brasileiros. Antes deles, os petistas Luiz Inácio e Dilma Rousseff trataram de aumentar a receita da União por meio das loterias.

Loucos por dinheiro

Tanto é assim que em fevereiro de 2006 o preço de um bilhete simples da Mega-Sena era de apenas 1 real. Em dez anos, esse valor foi majorado em 250%, até chegar aos atuais R$ 3,50. E alguns jogos passaram a ter sorteios com maior frequência semanal – a exemplo da Quina, que é diária.

Nova perspectiva

Este colunista, vez por outra, costuma fazer uma fezinha, não obstante acreditar, ao contrário do que apregoa a Caixa Econômica Federal, que a sorte – como as leis – não trata a todos com igualdade. Ainda assim, não custa continuar tentando, não é mesmo? Sobretudo ante a promessa de que o azar passará a ser o principal financiador de uma sociedade menos insegura para todos.