Cruzeiro do Sul, Acre, 18 de abril de 2024 02:01

Coluna Política Pimenta no Reino 10-05-2019

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Palácio Rio Branco é belo, luxuoso, imponente mas, ao que tudo indica, mal assombrado

Gladson Cameli faz bem em só ocupar o local a partir de muitas bênçãos de pastores e outros religiosos

O ex-presidente Michel Temer (78 anos), líder máximo do MDB no país, se apresentou à Policia Federal em São Paulo, na tarde desta quinta-feira (09), em cumprimento à revogação do habeas corpus que o colocou em liberdade após sua prisão, em março deste ano. O TRF1 (Tribunal Regional Federal) acatou pedido do MPF (Ministério Público Federal) para que ele volte à prisão, em companhia do coronel Lima, apontado como seu operador financeiro. A justiça também mandou bloquear mais de R$ 30 milhões encontrados nas contas e Temer e do coronel.

A aposta é que, pelo menos pelo próximo final de semana, a bela Michela Temer, ex-primeira-dama do país, seja obrigada a dormir sozinha, a tadinha, já que seu pedido de liberdade só será analisado a partir de terça-feira (14).

Tal os pais não tal o filho

Este rapaz que foi preso pela Polícia Federal por envolvimento em irregularidades quando estava à frente do Ibama, no Acre, Carlos Gadelha, que também atende pelo sugestivo apelido de “Capeta”, tem – pelo menos deveria ter – o DNA do bem. É filho da ex-prefeita de Brasiléia, Olinda Gadelha, e do comerciante Chico Dino, dono do Barbicuara, e falecido recentemente, em Natal, no Rio Grande do Norte. Ambos são conhecidos pela honradez em seus negócios e na política. Mas, ao que tudo indica, o filho de apelido endemonhado não saiu à semelhança dos pais. Parece que ele ouviu mais o ex-prefeito Aldemir Lopes do que aos pais. Uma pena.

Depois do café

Por aqui, os olhos de quem faz política, mesmo na situação ou oposição, estão voltados, na manhã desta sexta-feira (10), para a sede do PSDB, ali nas imediações da antiga sede do Internacional Futebol Clube, no bairro do Ipase. É que ali, nesta sexta-feira, o vice-governador Wherles Rocha toma café com os membros das executivas municipal e estadual do Partido. Na quinta-feira, ele disse que só vai falar sobre a ideia do governador Gladson Cameli de lançá-lo candidato a prefeito de Rio Branco após o café.

A expectativa em torno desta candidatura ou não é que, para ser candidato a prefeito, Rocha teria que renunciar ao mandato de vice-governador.

Café frio no bule

Aliás, o nome do vice-governador Wherles Rocha vindo à baila para a disputa municipal esfriou o café do bule do deputado Roberto Duarte e de seu partido, o MDB. Não é segredo para ninguém que Duarte sonha em ter o apoio dos partidos que levaram Gladson e Rocha ao governo o apoiando na disputa para a Prefeitura. Caso Rocha aceite a disputa, seria o MDB obrigado a abandonar seu sonho de candidatura própria e vir apoiar o tucano. O sonho de Flaviano Melo, presidente regional do MDB, e de João Correia, ex-deputado, que chamam a agremiação de “o Glorioso”, pode ter começado a subir no telhado, como na piada lá de Traz os Montes, na “Terrinha”.

Longe dos curiosos

A reunião do novo líder do Governo na Assembleia Legislativa, Luis Tchê (PDT),  com seus liderados, prevista para esta quinta-feira (09), até o final da tarde, não havia ocorrido. Pela manhã, na Assembleia Legislativa, a reunião não tinha ocorrido – pelo menos para os olhos atentos dos repórteres que cobrem a Casa, o que significa que será mantida a promessa de Tchê de falar com seus liderados às sós, longe dos olhos das imprensa.

Tchê, o bombeiro

Por conta do que vem ocorrendo na Assembleia Legislativa, com a base de apoio ao governo visivelmente se levantando contra, quem anda rindo à toa é o deputado Edvaldo Magalhães (PC do B), líder das oposições. Por enquanto, ele acha que nem é preciso a oposição utilizar-se da tribuna. Os deputados da base, os chamados revoltados, já fazem esse papel, mesmo já com Luis Tchê, na condição de novo líder, atuando como bombeiro.

Tapete puxado

Como estivesse mandando um recado a Luis Tchê, o deputado Gerlen Diniz, ex-líder do Governo, foi à tribuna e disse: “Aqui não há irmandade. Se puderem puxar seu tapete, puxam”. Não disse nomes e por isso a indireta ficou no ar. Foi quando um gaiato, lá daquele aquário onde ficam os jornalistas, disse que é melhor puxar tapete do que carroça.

Aí a coisa pegou. Alguém lembrou que o deputado Neném Almeida (Solidariedade) é filho de um homem famoso no bairro da Cadeia Velha, que atendia pelo apelido de “Luis Carroceiro”, porque vendia areia na cidade puxando uma carroça, com ajuda de um boi.

Segurança nas fronteiras

O vice-governador Wherles Rocha e o secretário de Segurança Pública, coronel PM Paulo Cezar dos Santos foram recebidos nesta quinta-feira (09), em Brasília, pelo ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro. Eles foram pedir apoio do governo federal, especialmente do ministro, para o combate à violência no Ace, que figura na lista como o segundo estado proporcionalmente (em relação à  população) mais violento do país.

Sem reclamações

Rocha e Paulo Cezar defenderam o apoio do governo federal em relação à criação de um pelotão especial da Polícia Militar para guarnecer as fronteiras do Estado, por onde entram grande quantidade de armas e drogas, oriundas de países como a Bolívia e o  Peru, produtores de drogas e que fazem fronteira com o Acre em mais de mil quilômetros de extensão. Rocha, que é major da reserva da Polícia Militar, disse, na reunião com o ministro, que, ao contrario do que fazia o governo antecessor, o atual não vai ficar apenas reclamando e colocando a culpa no governo federal. “Queremos ajudar o governo federal e também fazermos nossa parte”, disse.

Diga-me com quem andas…

O vice-governador e o secretário de segurança participaram da audiência acompanhados de parte da bancada federal do Acre no Congresso Nacional. Lá estavam o senador Sérgio Petecão (PSD), como coordenador da bancada, e os deputados federais Alan Rick (DEM, Jéssica Sales (MDB), Jesus Sérgio (PDT) e Mara Rocha (PSDB)). O presidente da Associação dos Magistrados do Acre, juiz Danniel Bonfim, também participou da audiência.

Coaf sai de Moro

A propósito do ex-juiz Sérgio Moro, ao que tudo indica, ele perdeu a queda de braço com o Congresso Nacional e com o próprio governo do qual é ministro forte, em relação à manutenção do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no âmbito do Ministério da Justiça, como sempre defendeu.  A comissão mista que analisou a Medida Provisória  que reorganiza a estrutura ministerial do Poder Executivo, aprovou nesta quinta-feira (08) o relatório do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), numa reunião marcada por divergências, com votações em separado, que não podem ser caracterizadas como vitória para o ministro. Um dos   itens aprovados retirou o Coaf do Ministério da Justiça. Pelo texto, o órgão voltará a integrar a estrutura do Ministério da Economia, como era até o ano passado com o então Ministério da Fazenda.

Agora, a disputa é na Câmara

A esperança de Moro e de seus aliados na defesa do Coaf com o Ministério da Justiça agora se volta para a Câmara dos Deputados. O senador Fernando Bezerra admitiu a derrota  mas ressaltou que que o governo vai tentar negociar no plenário da Câmara dos Deputados, para onde o texto segue agora, a permanência do Coaf sob a órbita de Moro. O deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ) havia apresentado uma emenda para a transferência do órgão, alegando que o Coaf é uma unidade de inteligência financeira que combate, entre outros crimes, a lavagem de dinheiro e que isso cabe ao Ministério da Fazenda. Já o deputado Marcel van Hatten (Novo-RS) defendeu a permanência do Coaf no Ministério da Justiça justamente por considerá-lo um instrumento importantíssimo de combate à corrupção e à lavagem de dinheiro.

Funai fica com Moro

Já a Fundação Nacional do Índio (Funai)órgão federal com profunda inserção no Acre por conta da quantidade de povos indígenas existentes na região, inclusive os ditos isolados, também foi tema de votação em separado. Por 15 votos a 9, ficou decidido que o órgão ficará sob a responsabilidade do Ministério da Justiça e com a missão de fazer a demarcação de terras indígenas. Inicialmente, a MP transferia tal tarefa para o Ministério da Agricultura, e o órgão para o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, cuja titular é a ministra Damares Alves. Mas prevaleceu o temor dos parlamentares que achavam que interesses de ruralistas entrassem em conflito com os dos índios e não aceitavam também o que chamaram de esquartejamento da instituição, visto que a entidade ficaria a cargo de um setor do governo e sua tarefa principal — a demarcação de terras — em outra área.

Te cuida,  Gladson!

Não há, por parte do governador Gladson Cameli, nenhum exagero na decisão de só ocupar o Palácio Rio Branco, transferindo seu gabinete da chamada Casa Azulada (nome feio, antipático, como também era o anterior), no próximo sábado, após a benção dos pastores que dirigirão a chamada “Marcha Para Jesus” versão 2019. A marcha sairá da concentração na Gameleira e será encerrada no pátio do Palácio, com um ato profético e muitas bênçãos no local. É que, como diz o ditado, seguro morreu de velho e, convenhamos, a história do Palácio não é lá muito interessante para quem passou por lá. Dos governadores que o ocuparam, desde 1962,  no número de 18, de José Augusto a Gladson Cameli, dez estão mortos. E não venham falar em velhice ou ação do tempo. Os governadores José Augusto, Edmundo Pinto (este assassinado) e Orleir Cameli morreram na flor da idade. E dos oito que estão vivos, Flaviano Melo, Romildo Magalhães e Iolanda Lima  enfrentam sérios problemas de saúde.

Te cuida, Gladson! Rezas e orações nunca sobram, nunca são demais.

Imunidade estadual

Deputados estaduais já não põem ser presos, exceto em flagrante delito. Voto do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffolli, que reviu decisão dele próprio, estende às assembleias legislativas as mesmas prerrogativas da Câmara e do Senado, cujos membros têm o direito de decidirem se os membros das casas parlamentares são ou não presos. A decisão é mediante votos.

Livre circulação

Por falar em Supremo, a corte definiu nesta quinta-feira (09) que os municípios não podem contrariar a lei federal que regulamentou os serviços de motoristas particulares dos aplicativos Uber, Cabify e 99. A corte também estabeleceu que qualquer proibição ou restrição aos aplicativos é inconstitucional. As decisões foram tomadas a partir do encerramento do julgamento sobre a legalidade dos serviços de aplicativos. O STF decidiu que os municípios podem fiscalizar o serviço, mas não podem proibir a circulação dos motoristas.

Sem pontes

Ao que parece, o deputado estadual Fagner Calegário (PV) quebrou, em definitivo qualquer ponte que pudesse levá-lo a fazer parte da base de sustentação do governo na Assembleia. Seus últimos posicionamentos e pronunciamentos acenderam a luz no Palácio Rio Branco dando conta de que ele é importante –  o mais distante possível!