Cruzeiro do Sul, Acre, 3 de dezembro de 2024 12:23

Coluna Política Pimenta no Reino 07-12-2018

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Os pobres e os miseráveis da ‘era petista’ no Acre e duas definições muito bizarras do IBGE

Instituto diz que pobre é aquele que vive com até R$ 19,40 por dia, enquanto os miseráveis, com meros R$ 7,76

Lá e cá

O senador eleito Marcio Bittar (MDB) está em Brasília, onde, nos últimos dias, participou de encontros com técnicos da equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) – mais precisamente os da área do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes. Por telefone, Bittar disse à coluna que mantém ‘estrito compromisso’ com o programa vitorioso do futuro presidente da República.

Apoio

“Meu desejo é poder ajudar o Brasil e o Acre em todas as reformas propostas por Bolsonaro, incluindo as privatizações”, disse ele.

Composição

Com 12 senadores, o MDB continua a ter a maior bancada da Casa. Na sequência aparecem PSDB, com 8 senadores, PSD (7) e DEM e PT (6 senadores cada um).

Vai crescer

Tão logo haja a diplomação dos eleitos, o MDB deverá aumentar mais duas cadeiras na Casa. Uma é garantida, afirma Bittar. A outra seria, por enquanto, apenas uma possibilidade.

Autonomia

Aliado incondicional de Jair Bolsonaro, Bittar defende, porém, a autonomia dos Três Poderes, em especial as regras que norteiam a escolha dos futuros presidentes do Senado e da Câmara Federal.

No fio do bigode

Via de regra, a presidência do Senado fica com o partido que tiver a maior bancada. E ainda que o nome tenha que ser referendado pelo voto da maioria, em plenário, a tradição se impõe como um acordo entre cavalheiros. Ou seja: o MDB deverá comandar aquela Casa de Leis, conforme explicou Marcio Bittar.

Briga de foice

Enquanto isso, o PSL deverá brigar com o PT pelo comando da Câmara dos Deputados. O partido de Bolsonaro elegeu 52 representantes, contra 56 do segundo. É claro que após a diplomação, o PSL deverá abocanhar outros parlamentares, vindo a fazer a maioria. A briga pela Mesa Diretora da Câmara será, portanto, de foice.

Gangorra social

Na sua Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgada na última quarta-feira (5), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que o Acre é formado por 47% de pobres e 17,4% de miseráveis. Trata-se, em verdade, do resultado de 20 anos de desgoverno petista.

Condição: estável

Referentes a 2017, os dados mostram estabilidade na comparação com o ano anterior, quando 47,6% dos acreanos estavam incluídos na linha de pobreza. A manutenção desse percentual nos leva a concluir o seguinte: se a catástrofe econômica mergulhou 2 milhões de brasileiros na pobreza, a política do atual governador Tião Viana não tirou ninguém de lá.

Estapafúrdio

O que chamou a atenção do colunista foram as definições de ‘pobreza’ e ‘extrema pobreza’ do IBGE, segundo as quais os miseráveis no Brasil são obrigados a viver com até dois dólares por dia (ou meros R$ 7,76), enquanto os pobres se arrastam com até cinco dólares – ou R$ 19,40.

Como é que é?

Em suma, a diferença entre pobres e miseráveis pode ser calculada de forma precisa: mais 11 reais e 64 centavos por dia – valor que, convenhamos, não compra, sequer, um marmitex por estas bandas.

Carência total

Ora, como pode então o órgão estabelecer, com base em um valor de R$ 364 mensais, a diferença entre uns e outros? Aposto que qualquer pesquisador do IBGE que fosse obrigado a viver com menos de R$ 20/dia se acharia um verdadeiro miserável.

Triste realidade

Mas o problema não reside nos conceitos, e sim na realidade. E, nesse aspecto, somos todos uns miseráveis, a viver em um estado devastado por 20 anos de uma política que enriqueceu alguns, em detrimento da penúria da maioria.