Cruzeiro do Sul, Acre, 23 de novembro de 2024 03:10

Após depoimento contraditório, marido de mulher violentada em Feijó é preso

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O marido de uma funcionária pública de 45 anos foi preso temporariamente no último sábado (9), sob suspeita de abuso sexual e agressão contra a própria esposa, em Feijó (AC). O caso veio à tona depois que a vítima, identificada como Neuma Braga, publicar em redes sociais o relato do abuso que teria ocorrido em 31 de agosto.

 

No texto publicado nas redes sociais, a vítima inicialmente apontou um adolescente de 13 anos como autor da violência, mas investigações levaram à detenção temporária do próprio marido e do caseiro da propriedade onde ambos viviam. Ambos foram liberados na última segunda-feira (11). O caso segue em investigação.

 

 

Segundo apuração da Polícia Civil de Feijó, o Ministério Público do Acre (MPAC) solicitou a prisão temporária do marido e do caseiro como parte das diligências. “Cumprimos mandados de prisão contra o marido e o caseiro, ambos foram interrogados, ouvimos outras testemunhas. O marido nega o crime, mas não podemos divulgar mais detalhes por se tratar de um caso sob segredo de Justiça,” afirmou o delegado Marcílio Laurentino.

 

Ao todo, seis testemunhas foram ouvidas, além da vítima e dos dois suspeitos. O delegado informou que surgiram suspeitas sobre o envolvimento do marido após ele e o caseiro apresentarem contradições em seus depoimentos. O promotor Lucas, que lidera a investigação no MPAC, solicitou as prisões para aprofundar as apurações, e após análise judicial, eles foram liberados para responder em liberdade.

 

A vítima, que descreveu em sua postagem uma série de eventos traumáticos, relatou que estava sozinha na colônia do casal no dia do ataque, após o marido ter ido à cidade buscar mantimentos. Segundo seu relato, o adolescente teria invadido a residência e a agredido brutalmente, deixando-a inconsciente e com ferimentos. Ao ser encontrada pelo marido, ela estava desmaiada e apresentava sinais de violência, incluindo um hematoma no rosto e um controle remoto introduzido em seu órgão genital.

 

Dois dias após o ocorrido, a vítima registrou o caso junto à Polícia Civil, incluindo o boletim de ocorrência e exame de corpo de delito, que confirmou a existência de hematomas pelo corpo. Ela relatou também as consequências psicológicas e físicas do episódio: “Estou usando medicação forte e mesmo assim sempre tenho pesadelos com esse monstro”, escreveu.

 

A vítima afirmou que sua postagem buscava chamar atenção para o caso e alertar sobre a violência contra a mulher. “Estou tentando ser forte pelos meus filhos”, declarou. A Polícia Civil segue apurando as declarações e o envolvimento dos suspeitos, e, caso seja comprovado que o adolescente de 13 anos não teve participação, a vítima poderá responder por denúncia caluniosa.