Colher o café maduro, lavar, separar os melhores grãos, deixar por cerca de quinze dias nos baús de fermentação, realizar a secagem, descascar, torrar e, por fim, moer. Esses são os passos para a preparação do café especial robusta amazônico.
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Como esse processo demanda tempo, os cafeicultores de Acrelândia iniciaram a produção do café especial neste mês de junho. Com a supervisão e orientação de técnicos da Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri), os microlotes de café especial serão utilizados para a participação dos agricultores no concurso Qualicafé. Os vencedores serão anunciados em outubro.
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“Nós trabalhamos para o fortalecimento da cafeicultura do Acre. Isso envolve fomento, aquisição de calcário, de fertilizantes, de mudas, que inclusive já foram entregues a diversos produtores rurais, juntamente com ações de mecanização e treinamentos, para fortalecer a participação dos nossos produtores e garantir a qualidade do café”, destacou o engenheiro agrônomo da Seagri, Rômulo Souza.
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Produtores de Café
Para o cafeicultor Vanderlei de Lara, que atua há mais de 12 anos na produção de café robusta amazônico, a qualidade do produto é primordial. “Este ano, temos trabalhado com o café de forma mais adequada, com adubação e irrigação, por isso, o nosso café está com uma boa qualidade. Nossa expectativa é de termos uma pontuação melhor que a do ano passado”, declarou.
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Vanderlei de Lara iniciou com a plantação de café em 2012, juntamente com a sua esposa, Eliane Lara. “Chegamos aqui apenas com uma bicicleta”, disse Eliane. O casal atuava na plantação de café no estado vizinho, Rondônia. Quando chegaram ao Acre, eles viram o potencial para a expansão da cadeia produtiva do café também nos solos acreanos.
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No ano passado eles ficaram em 2º lugar no concurso Qualicafé, realizado pela Seagri, alcançando 85,17 pontos, e receberam mais de 10 mil reais em prêmio, os quais foram investidos na lavoura. O casal conseguiu exportar um lote especial de café para a China.
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Para a produção do café, a família se preocupa com a preservação ambiental, utilizando energia renovável em toda a cadeia produtiva, além de respeitar os limites das nascentes dos rios e igarapés.
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Eliane Lara afirmou que toda a sua família é envolvida no processo de produção e a maior parte de sua renda vem do café. “Nós utilizamos agricultura familiar: marido, esposa, filho, neto, todos trabalham na lavoura”, disse.
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Além da colheita do grão, boa parte da renda familiar vem da comercialização de mudas de café do Viveiro Lara. “Este ano produzimos mais de 300 mil mudas. A previsão é que para o próximo ano essa quantidade dobre”, declarou Vanderlei.
Há poucos quilômetros das terras da família Lara, outra família também se destaca na produção dos grãos de café. Trata-se da família do Celso Timpurim e Elizelda Caffer. O casal também foi premiado no concurso Qualicafé, ficando em 3º lugar, alcançando 84 pontos.
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A família possui 12 hectares de café robusta amazônico plantados, e atua na cultura há mais de 19 anos na região, uma das pioneiras do Acre na plantação de café. Eles também comercializam mudas da planta no Viveiro Timpurim e já chegaram a exportar café para a Armênia.
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Ano passado, Elizelda Caffer ficou em 1º lugar no concurso de café Florada Premiada, realizada pela empresa Três Corações, em Minas Gerais, onde recebeu o prêmio de melhor café regional. “Para mim, é uma satisfação muito grande representar o Acre nesse concurso. Foram mais de 1600 amostras de café e conseguimos ficar em primeiro lugar”, ressaltou Elizelda.
Concurso Qualicafé
A 2ª edição do Concurso de Qualidade do Café Robusta Amazônico do Estado do Acre, conhecido como Qualicafé, vai acontecer em outubro. O evento visa incentivar a produção de cafés de alta qualidade, promovendo melhores práticas agrícolas, sustentabilidade e valorização da cultura do café na região.
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Os cafeicultores interessados podem se inscrever até o dia 9 de agosto, por meio do seguinte link: https://www.even3.com.br/qualicafe. A inscrição é gratuita e exige o envio de documentos pessoais e comprovação de posse da propriedade. Amostras de café deverão ser entregues para avaliação. Cada produtor pode inscrever apenas um lote de café.
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As amostras serão codificadas, para garantir imparcialidade, e analisadas por uma comissão julgadora de degustadores certificados. Os melhores cafés serão premiados com incentivos oferecidos por patrocinadores do concurso, como equipamentos de irrigação e adubos, assim como valores em dinheiro, totalizando mais de R$ 60 mil.
A cerimônia de premiação está prevista para o dia 25 de outubro de 2024. Os vencedores do Qualicafé terão seu café avaliado na Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte.
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O evento realizado pela Seagri também conta com a parceria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Acre (Emater).