Neste domingo (11), duas voluntárias da ONG Zoo Pets receberam a denúncia de um animal que estava sendo maltratado. O denunciante informou que a cadela estava desnutrida e com as patas feridas, ao chegar no local elas constataram a veracidade da informação, além de encontrar o animal já cego e com uma pata amputada.
Segundo Cristiane Araújo, estudante e voluntária da ONG, o dono alegou que o animal não era dele. “Ele disse que encontrou o animal na rodoviária, deu uma esfirra para a cadela, veio pra casa de carro e o animal o seguiu. Isso é incompreensível. Pela obediência que a cadela tem para com ele, dá pra perceber que ele é o dono”, disse.
Sobre os ferimentos, a voluntária destaca que pode ter sido maus tratos ou um acidente na rua, já que o portão da casa fica aberto. Porém, de qualquer forma, a responsabilidade de cuidar é do proprietário. “Se o animal vai para a rua, a responsabilidade de cuidar e tratar é do dono. Primeiro que o animal nem deve sair para rua, mas caso aconteça é de encargo do dono”, ressaltou.
De acordo com a correspondente autorizada do Banco do Brasil e voluntária da ONG Zoo Pets, Aline Brito, ela testemunhou o dono do animal e seu filho batendo e dando comida estragada para o animal. “Não foi fácil ver o animalzinho naquela situação. O dono falava palavras horrendas e tanto ele quanto o filho bateram o animal na nossa frente, a comida já estava azeda”, disse.
As voluntárias fizeram um curativo nos ferimentos da cadela, deram ração e deixaram um saco com o dono, para que ele alimente o animal. “Nós temos certeza que ele não vai cuidar”, ressaltou.
Brito reforçou que as pessoas precisam denunciar maus tratos a animais e explicou como as pessoas podem participar do grupo Zoo Pets. “Quem quer participar, nós temos a página no facebook, no instagram e um grupo de Whatsapp, lá conseguimos alguns colaboradores financeiros. Caso você não possa ajudar financeiramente, mas quiser ajudar nas ações basta entrar em contato nas nossas redes socias”, explicou.
Depois de comprovarem a realidade da denúncia, as voluntárias registraram um boletim de ocorrência junto a Delegacia de Cruzeiro do Sul. De acordo com o delegado Rômulo Carvalho, está sendo apurado se é caso de flagrante ou se é necessário abrir uma investigação por meio de portaria.
“Está sendo apresentado o boletim de ocorrência. É interessante apurar se realmente houve os maus-tratos, se foi flagrante, se faz pouco tempo que aconteceu ou se já faz um lapso temporal que não permite o flagrante e tem que ser feito uma investigação por portaria”, disse.
O delegado ressaltou ainda que recentemente houve uma mudança na legislação com medidas mais duras contra maus-tratos aos animais. “Houve aumento na pena de crimes de maus-tratos, hoje algumas situações não cabem nem fiança na delegacia”, ressaltou.
