Cruzeiro do Sul, Acre, 31 de janeiro de 2025 07:10

O pior dos mundos nos EUA: protestos violentos e epidemia

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Delegacia invadida e incendiada é coisa de terceiro mundo? Não, aconteceu em Minneapolis, na onda de furor pela morte de detido negro

Por Vilma Gryzinski 

Qualquer pessoa minimamente decente tem um nó no estômago ao ver o vídeo em que um policial mantém George Floyd submetido, com um joelho no pescoço, durante oito minutos. Quando tira, ele já está morto.

E qualquer pessoa, em condições idem, repudia a onda de protestos violentos, com saques, incêndios e a invasão da delegacia em Minneapolis, a cidade sobre o rio Mississipi bem ao norte dos Estados Unidos.

A morte de Floyd aconteceu num momento péssimo: a epidemia do novo coronavírus ainda tem focos importantes no interior do país, os ânimos estão exaltados à medida que se aproxima a eleição presidencial de novembro e Donald Trump não é exatamente um pacificador.

Trump fez tudo de acordo com o manual: lamentou a morte “revoltante e trágica”, colocou o FBI, o Departamento de Justiça para investigar se o crime pode entrar para a esfera federal e ofereceu ajuda ao governador de Mineápolis, Tim Waltz, para controlar a situação.

Tudo na língua Trump: “Qualquer dificuldade e nós assumiremos o controle, mas quando os saques começam, começam os tiros”.

O Twitter, em guerra com o presidente, censurou Trump pelo tuíte que “viola nossa política referente à glorificação da violência”.

Se fosse censurar todos os tuítes referentes ao caso pelo mesmo critério, poucos sobrariam.

Durante os três anos e meio do atual presidente, houve menos casos similares ao de George Floyd, com imagens revoltantes e reações violentas, em comparação com o governo Obama, que viu nascer o movimento Black Lives Matter.

Hoje, o movimento é relativamente menos agressivo do que o Antifa, os encapuçados que atuam com a mesma tática violenta do Black Bloc.

Os dois grupos, somados a manifestantes comuns, mais os aproveitadores ocasionais que aproveitam para saquear estabelecimentos comerciais, promoveram os dois dias seguidos de protestos violentos que culminaram no incêndio da delegacia.

O caso está agora no momento mais perigoso.

As autoridades não podem perder o controle, sob o risco de não garantirem mais a segurança dos cidadãos comuns. Para retomar o controle, só com o uso legítimo da força. E o uso da força, mesmo justificado, provoca mais protestos.

fonte:Veja.Com