Relator de MP sobre reorganização ministerial, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) pediu ao governo que se mobilize para aprovar seu parecer
O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), relator da Medida Provisória (MP) que definiu a reorganização de ministérios do governo Bolsonaro, vai manter em seu relatório o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sob a responsabilidade do Ministério da Justiça e Segurança Pública, comandado por Sergio Moro, apesar de “pressões” de parlamentares do Centrão.
Líder do governo no Senado, Bezerra Coelho se reuniu com Moro na manhã desta segunda-feira 6 para tratar da MP, que caduca, isto é, perde sua validade, no início de junho. O senador aproveitou a ocasião para alertar o governo da necessidade de mobilização para “construir a maioria” na votação da matéria.
“Após ouvir os presidentes da Câmara e do Senado e o ministro Onyx Lorenzoni(Casa Civil), a gente vai manter o Coaf na Justiça em nosso relatório. Agora é evidente que precisa haver um trabalho de convencimento e mobilização para que o governo possa construir a maioria na votação dessa matéria, que certamente será destacada no plenário e na comissão”, disse o senador nesta manhã no Ministério da Justiça.
Ainda nesta segunda-feira, Bezerra Coelho terá uma reunião com Onyx e o líder do governo na Câmara, major Vitor Hugo (PSL-GO), para definir em quais pontos o governo poderá ceder. “Eu vim colocar o ministro a par das demandas, das pressões e das solicitações para que a gente possa construir maioria para aprovar o relatório”, afirmou o relator da MP.
O líder do governo no Senado admitiu que pode ser mais difícil a votação no plenário nas duas Casas Legislativas do que na comissão mista que analisa o tema. A intenção do senador é apresentar o relatório nesta terça-feira e colocá-lo em votação na comissão no dia seguinte. Se der certo, Coelho disse que combinou com Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, para que a MP seja votada na próxima semana no plenário. Dessa forma, sobrariam duas semanas para análise e votação no Senado.
Há outras possíveis mudanças envolvendo o ministério da Justiça, mas a única que Moro faz questão de evitar é a perda do Coaf. O ministro, embora fosse contrário, já não oferece resistência à possibilidade de retorno da Fundação Nacional do Índio (Funai) ao Ministério da Justiça. Desde janeiro, o órgão está no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
fonte:Veja.com